Ao longo das décadas, Bob Marley tornou-se não apenas uma figura emblemática da música reggae, mas também um ícone global de resistência, paz e justiça social.
Esse ano foi lançado o longa que conta um pouco sobre a história do “pai do reggae”. Dirigido por Reinaldo Marcus Green, a produção nos leva a uma jornada íntima pela vida e música do icônico cantor jamaicano.
A vida de Bob
Nascido em 6 de fevereiro de 1945, em Nine Mile, uma comunidade rural na paróquia de Saint Ann, na Jamaica, Marley era filho de Cedella Booker e Norval Marley, um capitão do exército britânico de ascendência europeia.
A família de Marley enfrentou instabilidade financeira, e sua mãe muitas vezes lutava para sustentar a ele e a seus irmãos.
A separação de seus pais quando ele tinha apenas 6 anos de idade também teve um impacto significativo em sua infância. Com a ausência do pai, Bob Marley foi criado principalmente por sua mãe e por seu avô materno, Omeriah Malcolm.
Apesar das dificuldades econômicas, ele cresceu em um ambiente rico em cultura jamaicana, imerso na música e nas tradições locais.
Desde cedo, ele mostrou interesse pela música, inspirado pelos sons do ska e do mento que permeavam sua comunidade.
Aos 12 anos, Marley e sua mãe se mudaram para Trenchtown, um bairro pobre em Kingston, capital da Jamaica. Foi lá que ele encontrou sua paixão pela música,
Marley começou sua carreira musical na década de 1960, formando o grupo The Wailers Band, com Peter Tosh e Bunny Wailer. Seu talento como compositor e vocalista rapidamente chamou a atenção, e o grupo alcançou sucesso local na Jamaica.
No entanto, foi durante os anos 1970 que Marley emergiu como uma figura internacionalmente aclamada, impulsionando o reggae para o cenário global com álbuns como “Catch a Fire”, “Burnin'” e “Natty Dread”.
Sobre o filme
O longa nos transporta para os anos 1976 a 1978, um período crucial na trajetória de Marley. Estrelado por Kingsley Ben-Adir no papel do lendário músico, a narrativa se desenrola em torno de eventos marcantes, como o Smile Jamaica e o One Love Peace Concert.
Enquanto o filme delinea esses limites temporais, ele também nos presenteia com flashbacks que nos levam desde o encontro de Bob Marley com Rita até a assinatura de seu primeiro contrato de gravação e a descoberta do Rastafari.
Essa abordagem concentrada permite uma análise mais detalhada e íntima dos acontecimentos e transformações que Marley vivenciou durante esses anos.
No entanto, é importante reconhecer que essa representação é apenas uma peça do quebra-cabeça maior que foi a vida e a carreira de Bob Marley. O filme deixa de fora detalhes importantes, como a morte do cantor em 11 de maio de 1981.
A verdade por trás desse desfecho é dolorosa e complexa, marcada por sua batalha contra o câncer, que se espalhou por todo o seu corpo, afetando áreas vitais como o cérebro e os pulmões.
O longa celebra não apenas a música, mas também a resiliência, a espiritualidade e o impacto duradouro desse ícone global.
Uma história que transcende fronteiras e inspira gerações, lembrando-nos da importância de espalhar amor e esperança através da arte.
Se você ainda não assistiu, reserve um tempo para mergulhar nessa jornada emocionante e conhecer mais profundamente o homem por trás da lenda.
Com Zach Baylin, Frank E. Flowers e Terence Winter no comando do roteiro, temos ainda elenco formado por: James Norton, Tosin Cole, Umi Myers e Anthony Welsh.
Nossa visão
Bob Marley: One Love” desafia as convenções das cinebiografias musicais ao rejeitar uma narrativa convencional de ascensão à fama. Bom roteiro e boa direção se destacam.
Interessante o recorte temporal, onde o diretor mergulha na Jamaica de 1976, abordando o período conturbado politicamente, sem oferecer explicações detalhadas sobre o contexto histórico.
Em vez disso, concentra-se na humanização de Marley, explorando sua vulnerabilidade e os eventos que moldaram sua vida, como o atentado contra sua vida e seu exílio em Londres.
A atuação meticulosa de Kingsley Ben-Adir como Marley é fundamental para transmitir essa complexidade, destacando sua humanidade sem perder o impacto de sua figura icônica.
O filme captura os momentos sutis e poderosos da vida de Marley, equilibrando sua humanidade com sua aura messiânica de maneira que foge o padrão. Vá aos cinemas assistir esse belo filme. Garanta já o seu ingresso!
Apaixonado em viajar e pela sétima arte, é bacharel em Relações Internacionais e especialista em gestão de direitos autorais, com ênfase no universo da indústria fonográfica. Amante de clássicos do cinema e de lugares exóticos, está constantemente buscando conteúdos interessantes para publicar para você.